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16/12/2010 Lucia Masini Sobre o poder da escrita e das cartas
Nesta época do ano, pipocam em todos os correios do país cartas para o Papai Noel. Majoritariamente são cartas de crianças que sonham ver seus desejos realizados pelo bom velhinho. São pedidos de brinquedos, mas também de saúde, paz e empregos para seus pais. São ainda declarações de bom comportamento durante o ano e revelações, ainda que tímidas ou veladas, de seus medos e angústias.
“Papai Noel, quero uma bola, que meu time faça mais gols e que eu melhore na escola”.
“Papai Noel, quero um controle de videogame para jogar com meu irmão e que minha família seja protegida”.
“Papai Noel, quando eu crescer quero ser médica para cuidar de todas as pessoas doentes”.
A força desses pedidos que se multiplicam vertiginosamente a cada ano é tão grande que ONGs, correios e anônimos dedicam-se, cada qual a seu modo, a responder as cartas enviadas pelo simples prazer de fazer uma criança acreditar que o sonho vale a pena.
E isso faz muito sentido. Mais do que os brinquedos recebidos, a criança que tem sua carta respondida experimenta a condição de pessoa plena de palavras, sente-se valorizada e pertencente a um grupo, seja familiar ou social mais amplo. Isso potencializa e gera segurança.
A carta ao Papai Noel não tem beneficiado apenas as crianças que a escrevem. Aqueles que têm se dedicado a respondê-las revelam que esta escrita é muito gratificante, não só pelo fato de fazer um bem a outra pessoa, mas sobretudo porque essa ação tem contribuído para a revisão de valores e assunção de outros mais humanitários. Mais uma vez a escrita se revela com o poder de transformação.
Ainda dá tempo de desfrutar dessa experiência. Vá a um correio perto de sua casa e pergunte sobre as cartas das crianças. Papai Noel agradece sua ajuda!
Caro visitante do Ifono: Estamos entrando em recesso até fevereiro de 2011, quando retomaremos com novos textos. Boas Festas, Feliz Ano Novo e continuem por aqui!
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