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Conversar com uma criança sobre a morte de alguém conhecido é uma forma saudável de elaborar a perda
Verdade
Há quem diga que falar sobre o morto é prolongar o martírio, que o melhor é esquecer. E, assim, procura-se evitar as tentativas de comunicação da criança sobre sua dor. Evita-se comentar seus desenhos, evitam-se seus choros e seus momentos de tristeza e depressão.
Contrariando o que parece ser senso comum, conversar sobre a morte é algo doloroso mas saudável e ajuda a criança a compreender o significado do “nunca mais”. Nunca mais ver a pessoa que morreu, nunca mais sair com ela, nunca mais sentir seu abraço.
O diálogo também cria novos sentidos para esse “nunca mais” porque presentifica, pela memória, aquele que se foi. Pela memória, a criança tem diante de si a vida completa do ente querido que morreu e, com a ajuda de um adulto acolhedor, pode dar acabamento aos seus sentimentos e saudades. Pela memória e pelo diálogo, pode recuperar experiências vividas juntos, imaginar novas situações, ouvir-lhe a voz. Com o tempo, o convívio com essa ausência ganha outros contornos, que possibilitam ir adiante, sem a pretensão de superar a dor, mas sim de sutentá-la e ressignificá-la, sempre.
Vale a dica: Não deixe de trazer a pessoa que partiu para o cotidiano da criança, seja através de rituais, desenhos, álbuns, lembrando histórias divertidas, hábitos ou características de personalidade, momentos prazerosos vividos em família. Aliás, isso vale também para os adultos!
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