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01/10/2009 da equipe Adeus esferográfica!
Recentemente, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma interessante e polêmica matéria no caderno Folhateen (23/03/09): na era digital, ainda faz sentido exigir dos alunos uma boa caligrafia?
Afinal, a meninada hoje escreve em blogs, MSN, emails, Orkut, além de preferir mensagens de texto por celular (SMS). Canetas, lápis, canetinhas, giz de cera, lapiseiras vão dando lugar a mouse, joystick, controles remotos, teclados, celulares... Alguns, inclusive, já levam laptop pra sala de aula, e podem usufruir dos corretores ortográficos, da tecla delete, da legibilidade sem esforço e ainda arquivar as matérias.
Em contrapartida, há educadores que insistem na escrita manual, argumentando que ainda vai demorar muito tempo até que a maioria dos estudantes tenha acesso à informatização. E há ainda outra questão: no Brasil, exames de admissão em universidades, concursos públicos e outros empregos estão longe de adotar o sistema de um computador por avaliado, o que seria necessário para garantir a idoneidade nas provas.
Parece se tratar de um tema em que todas as partes têm sua parcela de razão! Obviamente, ainda vai sim demorar um tempo até que o acesso à informatização seja, de fato, universal, mais ainda para aqueles que nem acesso têm a uma boa alimentação. Mas também é fato que os computadores já são uma realidade em muitas salas de aula e tendem a invadir cada vez mais as escolas, substituindo antigos instrumentos de registro. Com isso, a exigência de uma boa caligrafia vai perdendo seu valor, embora ainda prevaleça a ideia de que precisamos ter, ao menos, uma letra inteligível, caso nosso objetivo seja mesmo nos comunicarmos e o único recurso à mão seja a velha e boa esferográfica. Estamos mesmo fadados a conviver com a coexistência do arcaico e moderno, e isso não deve mudar tão cedo!
Mas há ainda um outro ponto a ser destacado. Letra feia se revela muito mais que um distúrbio, a chamada disgrafia, como procuram diagnosticar alguns especialistas. Letras miúdas, perna do s alongada ou encurtada, pouca pressão no papel, letras tremidas podem ser indicativos, por exemplo, de tentativas de escamotear dúvidas quanto à ortografia, ou insegurança quanto ao que se tem a dizer. Inclusive, pode sugerir uma forma de exercer o poder; basta lembrarmos da “letra de médico”. Escrever à mão é pessoal e nem sempre é fácil expor o que se tem a dizer. A estética da letra bonita não pode, portanto, ser um padrão universal. Repetimos: o limite está na legibilidade do texto escrito.
E o mais importante nesta história toda é aprender a escrever bons textos, em diversos gêneros – cartas formais e informais, texto de opinião, narrativas, relatos em blogs etc. – e com estilo! A letra? Bem, pode ser arial, verdana, calibri, tahoma, times...
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